quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Reviravolta na economia abrirá 100 mil empregos


Maior parte das oportunidades geradas por investimentos no Estado do Rio vai ficar com quem tem formação de Nível Técnico, o que beneficiará diretamente a classe C

POR LEILA SOUZA LIMA

Rio - A recente virada na economia nacional, com destaque para o Sudeste, promoveu uma reviravolta na expectativa de geração de empregos no País. Favorecido por grandes investimentos, o Rio de Janeiro tem participação privilegiada nas estatísticas do Ministério do Trabalho — semana passada, o ministro Carlos Lupi estimou a geração de 2 milhões de vagas em 2010. De imediato, calcula-se 100 mil postos em médio prazo no estado. E os mais beneficiados com as oportunidades, dizem especialistas e os próprios empregadores, serão trabalhadores da classe C, principalmente jovens que buscarem qualificação técnica.

A construção civil é a grande aposta. Investimentos para a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas de 2016 vão abrir campo a 100 mil de trabalhadores, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio (Sinduscon-Rio). Mas esses empregos são sazonais — reflexo de projetos —, então é preciso olhar para setores de empregabilidade mais perene. Petróleo e Gás, Indústria Pesada, Comércio e Serviços, Hotelaria e Turismo — não faltam opções.

Engenheiro mecânico, Marcelo Freitas juntou-se a amigos para comprar, há dois anos e meio, um grupo de empresas fluminenses, incluindo a WD Group, que presta serviços em controle de qualidade e inspeção industrial. Nesse período, o quadro de funcionários passou de 1 para 200 empregados, em grande parte devido à puxada nos projetos de exploração mineral no estado. “Somos todos (os sócios) da área, que está atraindo todo tipo de profissional. De taxista a psicólogo buscam o setor por boa remuneração, que pode variar de R$ 3.500 a R$ 25 mil mensais”, conta Marcelo.Diretor do curso Petrocenter, Samuel Pinheiro explica que há uma grande lacuna no segmento operacional dos projetos — vagas para o que se chama, no jargão operário, de “chão de fábrica”. Soldadores, mecânicos, eletromecânicos, operadores de máquinas pesadas e inspetores são disputados por empresas de todo o mercado, o que elevou muito os salários em um primeiro momento, de arrancada.

Patrick Barbosa de Carvalho, 19 anos, trocou emprego em arquivo pelo pátio da Nuclep, em Itaguaí. Fez curso de pintura industrial no Petrocenter e bateu aos portões da companhia com currículo na mão. “Fui direto à empresa. Hoje, ganho muito melhor. E estou pintando os blocos da P-56 (plataforma)”, orgulha-se.Empregadores dão mais valor a cursos

Um curso a mais no currículo pode fazer grande diferença na hora da contratação por empresas dos setores mais aquecidos do mercado. A maioria das vagas cadastradas no ‘Banco de Oportunidades’ do SindRio (Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Rio) é para postos de trabalho como garçons, cumins, camareiras, atendentes e outros. Mas, diante da perspectiva de expansão turística da cidade, exige-se dos candidatos currículos mais interessantes.“As pessoas têm que se preparar, aprender idiomas, estudar. Acabou essa história de amadorismo no setor. Pela experiência de outros países, os megaeventos trazem contribuições boas para as cidades, que permanecem”, ressalta Carla Riquet, coordenadora de Qualidade e Formação do SindRio.

Estudante de Turismo, Rodrigo Valentim Rodrigues, de 23 anos, resolveu fazer o curso de arrumador — o equivalente a camareira — do SindRio. “É para acrescentar ao currículo. Os próximos vão ser barman e garçom”, explica. Com passagem pela empresa Trem do Corcovado, ele agora mira nos hotéis. “Acho que vão surgir muitas oportunidades boas com a Copa e as Olimpíadas”.

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/economia/html/2009/12/reviravolta_na_economia_abrira_100_mil_empregos_51248.html

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